quarta-feira, 31 de março de 2021

HISTÓRIA DO APH ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR



Em um texto breve, tem-se relatos do histórico do atendimento pré hospitalar nivél mundo e nível Brasil. Uma parte retirada do meu trabalho de conclusão de curso da graduação realizado em 2010.

 APH no Mundo


Temos relatos bíblicos sobre atendimento a uma vítima ferida na parábola do Bom Samaritano, em Lucas capítulo 10, versículo 34 relata Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele.
        No final do século XVIII o cirurgião de guerra e chefe militar das tropas de Napoleão, desenvolveu uma "ambulância voadora", uma carroça puxada por cavalos, com a finalidade de retirar os soldados feridos do campo de batalha. Os homens que trabalhavam nessas "ambulâncias voadoras" eram treinados com cuidados médicos para poder dar assistência e minimizar posteriores complicações e realizar o transporte desses soldados feridos.
        Esse tipo de atendimento aos soldados feridos, utilizando carroças com tração animal foi realizado até a formação da Cruz vermelha Internacional, em 1863, cuja finalidade era um atendimento ao ferido o mais breve possível.
        No século XX, a presença da enfermeira teve marca registrada, participando ativamente do atendimento aos soldados feridos nas I e II guerras mundiais, nas guerras do Vietnã e da Coréia.
        Um grande nome na história que prestou serviços de enfermagem em guerras e mostrou ao mundo inteiro enfermagem como profissão, foi Florence Nightingale, que atuou na guerra da Criméia.
        É merecida atenção a figura do profissional médico Dr. J. D. "Deke" Farrington, reconhecido como o pai do serviço médico de emergência. Profissional que estimulou o desenvolvimento e a melhoria dos serviços de atendimento pré hospitalar. Dr. Farrington foi o precursor, pelo fato de ter escrito sobre protocolos de APH e feito listas de equipamentos essenciais para ambulâncias.
       Em 1957, Dr. Farrington ao lado de seu colega médico Dr Sam Banks, ofereceram o primeiro curso de APH na cidade de Chicago, no departamento do corpo de bombeiros.
       Experiências durante as guerras, utilizando os serviços de atendimento aos soldados feridos no local da emergência, e realizar o transporte rápido, diminuíram a morbimortalidade por causas externas em número significativo, porém somente foi percebido décadas depois.
     

 APH no Brasil


       Como em outros países a ideia de atender os feridos no local da ocorrência é antiga. Em 1893 na cidade do Rio de Janeiro na época capital do país, foi aprovada a lei que pretendia estabelecer o socorro médico de urgências na via pública.
       Seis anos mais tarde, o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, colocou em serviço a primeira ambulância com tração animal, para prestar serviços de socorro às vítimas no local da emergência.
       No ano de 1949 há criação do SAMDU (Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgências) em São Paulo.
       No Rio de Janeiro no ano de 1986 é implantado o 1º Grupamento de Socorro e Emergência do Corpo de Bombeiros (GSE).
       O serviço de telefonia destinado ao atendimento as urgências e emergências já era utilizado no Estado de São Paulo na década de 80, o número telefônico "192" pelo qual se chamava o serviço, era de responsabilidade da Secretaria Municipal de São Paulo.
       Na década de 90, em São Paulo, foi implantado o sistema de APH na corporação dos Bombeiros do Estado de São Paulo, foi realizado treinamento dos integrantes das equipes que atuavam no APH, haviam equipes que atuavam no suporte básico de vida e suporte avançado de vida.
      Atualmente no Brasil mesmo regulamentado o serviço de urgência através da Portaria nº 2048, encontramos diversos tipos de serviços prestando o APH como SAMU 192, Corpo de Bombeiros, GRAU Resgate, Concessionárias, Bombeiro Civil, Empresas privadas.
     O APH no Brasil é relativamente novo em relação a outros países, estamos amadurecendo o serviço, adequando a nossa realidade.
     Vejo que hoje a profissão de "socorrista" está em ascensão, no ano que comecei minhas atividades no APH em 2005 pouco se falava nessa profissão, pouco se sabia, pouca literatura sobre o tema, hoje já temos muita evolução, muitos estudos na área, cursos, discussões, grupos de estudo, a internet ajudou muito para isso acontecer ao meu ver, moro no interior, local onde não temos tanta disponibilidade de cursos e palestras presenciais, porém com a tecnologia podemos estar nos atualizando, tendo acesso a informações, novas evidências, novos estudos e assim melhorando a cada dia, trazendo novidades aos nossos gestores e assim trazendo melhorias ao nosso serviço, realizando um melhor atendimento aos nossos pacientes.

Enfermeira Thais P. Travaglia Bregadioli

Referências:
 Prehospital Trauma Life Support (PHTLS) atendimento pré-hospitalar ao traumatizado, 7ª edição. NAEMT & ACS. 2012, Editora Elsevier.
DOLLOR, André Luis Tavares. Atendimento pré-hospitalar: histórico da inserção do enfermeiro e os desafios éticos-legais. 118p. Dissertação de Mestrado - Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2008.
RAMOS, V. O.; SANNA, M. C. A inserção da enfermeira no APH: histórico e perspectivas atuais. 2005. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) - Faculdade de Enfermagem Santo Amaro, Santo Amaro, 2003.
MASSOCATO, M. B.; TRAVAGLIA, T. P. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR: MANUTENÇÃO DAS VIAS AÉREAS, ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO.20, 21p. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) - Faculdades Integradas de Jaú, Jahu, 2010.

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